sábado, 19 de maio de 2007

Carpe diem


Era noite. O dia, 27 de outubro de 2004. São Paulo e São Caetano empatavam por 0 a 0 quando, de repente, o zagueiro Serginho, do time do ABC paulista, desmoronou no gramado. Acabara de sofrer uma parada cardiorrespiratória, e morreria pouco depois, aos 30 anos. O caso comoveu o Brasil. Será que, enquanto rezava o Pai Nosso antes de o jogo começar, ele poderia supor que aqueles seriam seus últimos instantes de vida?

Na noite do dia 25 de janeiro de 2004, nove meses antes da morte súbita do brasileiro, uma cena parecida aconteceu em Portugal, durante um encontro entre Vitória e Benfica. Após receber do juiz um cartão amarelo, o atacante húngaro Miklos Fehér, do Benfica, sorriu, agachou-se e caiu morto. Faltavam três minutos para o apito final. Ele tinha então 23 anos.

Agora, voltemos um pouco mais no tempo. 26 de junho de 2003. Camarões e Colômbia disputavam, na França, uma vaga à decisão da Copa das Confederações. Intervalo de jogo e, no vestiário camaronês, o meia Marc-Vivien Foe, 28, era um dos mais entusiasmados. “Gente, nós vamos vencer essa partida nem que tenhamos que morrer aqui”, dizia ele. Eis que, aos 30 minutos do segundo tempo, Foe desabou no centro do campo. Os olhos, arregalados. Tivera uma parada cardíaca.

Serginho, Fehér e Foe. Três heróis que, aqui, deixaram familiares, colegas de trabalho e fãs cheios de tristeza – mas, sobretudo, uma lição: enquanto nosso coração bater, nunca será tarde para agradecermos a chance rara de viver.

2 comentários:

Bianca Hayashi disse...

Eu lembro disso... dessa época.
Triste, estava eu assistindo ao jogo quando aconteceu.
Fiquei apreensiva, como se estivesse no campo. Você nunca espera que pessoas tão jovens e aparentemente saudáveis morram desse jeito.

Hoje, eu pensaria de outra forma. Mais irônica, doentia.

Mas não com menor apreensão do que foi...

RDS disse...

Fico na dúvida entre muito azar ou efeito dominó...
Você pegou o espírito da música melhor que ninguém... demais.
Grande chefe, abraço