segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Sorrateira


Lidar com a morte não é algo fácil. Sei disso porque já assisti a muitos filmes, porque li alguns livros a respeito, e porque estou vivo e, inevitavelmente, não consigo me imaginar morto. Vejo, sim, que posso morrer velho ou novo, agora ou depois, mas não sinto que vou morrer. É a diferença entre o saber e o acreditar.

No filme os 300 de Esparta, por exemplo, eles sabiam que morreriam e mais: com glória, porque morriam por sua pátria, mas nada me tira a impressão de que, quando chegou o momento de levar milhares de flechas no peito e virar uma aljava ambulante, Leônidas ficou um tanto decepcionado por saber que também era capaz de morrer. Pelo menos ele teve um aviso.

No filme Mandando Bala, com Clive Owen, acontece algo semelhante, um contraste entre vida e morte quando, ao acabar de dar à luz um bebê, no meio de um tiroteio, a mãe acaba falecendo. O filme não tem nenhuma característica muito subjetiva nesse ponto, nem dá tempo para que ela relembre sua vida, como fez Leônidas, e me fica a dúvida se ela já estava com algum pressentimento a respeito (se bem que fugir grávida enquanto tentam atirar em você pode ser uma boa dica).

E ficamos sem nunca saber o momento exato, se teremos uma prévia, alguma experiência metafísica que nos mostre uma última atitude louvável... nada.

Pelo menos foi isso que percebi quando carreguei em meus braços o corpo de um vizinho com mais de 70 anos. O único aviso que teve foi um tombo e um grito surdo antes da parada cardíaca.

Ele não estava grávido (e nem poderia), ninguém estava tentando atirar nele, e também não estava enfrentando um exército de um milhão de persas, mas mesmo assim se foi, com olhos abertos, como para vigiar se a morte se aproximava...

Ela veio, novamente, sorrateira.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Noite de respeito ao torcedor

Na quarta-feira, o Palmeiras venceu o Fluminense por 1 a 0 e voltou a integrar o G-4. A partida foi disputada sob forte chuva, mas mesmo com o clima adverso os torcedores que foram ao Parque Antártica tiveram uma surpresa que considero o destaque da noite. Neste jogo foi inaugurado o espaço Visa e o que se viu foi uma noite de respeito ao torcedor! O Palmeiras está de parabéns pela iniciativa! O que todo torcedor espera é que seu clube siga este exemplo. Pode-se afirmar que naquela noite de quarta-feira, o torcedor que foi ao Parque Antártica viveu uma experiência européia de organização.

Para avalizar o blogueiro deste texto, segue o depoimento de quem esteve no jogo.

Por BRUNO MORAES BONSANTI

Cheguei ao Palestra Itália às 21:40. O jogo começaria em cinco minutos. Achar a entrada do setor Visa não foi difícil, pois um outdoor enorme com o símbolo da conhecida bandeira de cartões de crédito afasta qualquer possibilidade de erro.
Quando chego ao portão, vejo uma fila de alguns metros. Meu primeiro pensamento foi: não importa o quanto modernizem, não há santo que acabe com as filas do Parque Antártica. Erro meu.
Em menos de cinco minutos já estava passando o cartão de minha mãe pela catraca e entrando na ante-sala. Ante-sala que conta com gramado sintético, fotos de times épicos do Palmeiras, tvs de plasma e etc.
Ao entrar, comprei um refrigerante e dirigi-me ao meu lugar. Demorei um tempo para decifrar a numeração das cadeiras, mas isso não é problema, pois estádio moderno que se preze tem sempre um orientador.
E esse orientador me mostrou aonde eu deveria sentar. Chego lá e a maior surpresa da noite acontece: a minha cadeira numerada está vazia, esperando por mim! Incrível!

No intervalo, resolvo ver como que é o banheiro do novo espaço Visa. Meus caros amigos, nunca pensei que veria isso em um estádio de futebol no Brasil. O banheiro tinha assento nas privadas, sabonete, pia de mármore e até papel para enxugar as mãos! È uma surpresa atrás da outra.

Melhor para o futebol brasileiro, que tem, pelo menos, um pedacinho da Europa em seus estádios.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Pois é

Para nossos convidados ao banquete, minhas sinceras desculpas. Acredito que nosso descanso acabou ultrapassando alguns limites e me parece um tanto complicado continuar com nosso trabalho anterior
Isso não significa que você não deve mais ler nossos textos, pelo contrário. Animem-se, pois, com um ritmo mais tranquilo, todos teremos mais tempo, inclusive para acumular boas idéias.
Em breve, alguns textos novos surgirão. Mas não posso garantir que todos os autores voltem à ativa.
Por enquanto fica a novidade, ou a velharia, de que retiramos a música do blog. Ficava muito lento para alguns e nem todos se adaptavam a este recurso que assustava algunS distraídos (eu mesmo acabei por cometer este pecado).
Que venham, então os novos drinks, novos textos, mas todos dentro de uma tranquilidade contraditória com Sampa, a cidade de origem deste que tem voz por meios destes dígitos visuais.

sábado, 16 de junho de 2007

Hora de Descansar

Enfim, é chegada a hora de se despedir. O semestre chegou ao fim e, como ninguém é de ferro – muito menos eu -, merecemos um certo descanso. Afinal, foram 12 finais de semana incessantes dedicados, com prazer, a este blog - desde o primeiro post, em 24 de março, até hoje, dia 16 de junho. Entretanto, não deixarei o Simpósio antes de dois recados.

O primeiro, dedico aos meus cinco caríssimos parceiros Renan De Simone, Silvia Song, Michele Roza, Vanessa Oliveira e Rafael Zito, com os quais tive a honra de dividir o espaço deste blog durante quatro meses. O segundo, destino a todos leitores, para os quais sempre procuramos escrever, cuidadosamente, cada linha do nosso texto – obrigado!

Espero, também, que este post não seja um adeus e, sim, um até logo, já que nós, os membros, acenamos com a possibilidade de reativar o Simpósio no segundo semestre deste ano – tal confirmação, contudo, provavelmente lhes será dada em breve pelo nosso administrador-postador, Renan. Então, boas férias a todos e até mais. Valeu!

sábado, 9 de junho de 2007

Os Libertadores da América

Aproveitando o ensejo imperial do som dessa semana, desloco as palavras do meu texto para um tempo remoto; época de tiranos e subalternos; metrópoles e colônias. Falo da América de meados do século XIX. É esse o ponto de partida de uma história sobre heróis, impérios e – claro – futebol. Nessa mesma época, nesse mesmo continente, 5 desbravadores fincaram seus nomes nos livros de história. Entretanto, seus feitos ecoaram melhor nas páginas esportivas.

Calma, já explico essa relação: mais do que meros ícones da história latina, esses personagens fazem, hoje, ainda que indiretamente, parte do torneio interclubes mais prestigiado da América, a Copa Libertadores. Devo, pois, encerras as delongas e apresentar, ao caro leitor, os cinco libertadores da América: Simón Bolívar (1795-1830), venezuelano; D. Pedro I (1798-1834), português; José de San Martín (1778-1850), argentino; Antonio José de Sucre (1795-1830), venezuelano; e Bernardo O´Higgins (1778-1842), chileno.

Todos são, de uma forma ou de outra, lembrados a cada edição da competição, seja no sorteio dos grupos ou dos mata-matas, seja nos gritos de guerra de cada torcida. Afinal, dão nome à disputa que, diga-se de passagem, acontece desde 1960 e leva o fortuito campeão ao Japão, terra do cobiçadíssimo campeonato mundial. Até hoje, a equipe que mais vezes atravessou o mundo representando a América foi o Independiente, da Argentina, heptacampeão da Libertadores. Entre os países, a Argentina também lidera (20 títulos).

Apesar da supremacia azul e branca, outros países têm atenção especial da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), a entidade que organiza o torneio. Exemplo disso é o México, que, mesmo pertencendo à América Central, teve alguns times incluídos no rol de participantes em 1998, a fim de que se acirrassem as rivalidades internacionais pelo troféu – o Brasil, inclusive, faturou as duas últimas edições e, nesse ano, chega à final com o Grêmio, bicampeão. O rival, no entanto, é temível, e vem da Argentina: Boca Juniors, pentacampeão. Este será, no mínimo, mais um capítulo épico da história latino-americana.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Império esportivo

Historicamente os grandes Impérios tiveram seus prazos de duração. A música cita os Impérios mais famosos e que deixaram marca na história mundial. Começa no oriente com o Império Chinês, chegando ao ocidente com os Impérios: Romano, Bizantino, Macedônico, Otomano, e por fim aos Impérios das Américas: Incas, Maias e Astecas.

O Brasil também viveu sua época imperial, tendo como comandantes D. Pedro I e posteriormente D. Pedro II. Deixando um pouco de lado a história, falarei do vôlei brasileiro. O que dizer do comandante da nossa seleção masculina e do grupo que formou? Simplesmente um Império forte e poderoso que vem ganhando todas as batalhas que disputa. Até quando isso vai durar eu não sei, como tudo na vida é cíclico é fato que essa hegemonia um dia vai chegar ao fim, mas como todos os grandes Impérios, nossa seleção e seu comandante são obstinados por vitória, conquistas; são incansáveis guerreiros.

Desde que assumiu o comando técnico após as Olimpíadas de Sidney 2000, Bernardo Resende, popularmente conhecido como Bernardinho, construiu uma equipe quase imbatível. Incrível como esse time consegue sair das situações mais adversas para conquistar a vitória. Um líder firme, determinado e com uma grande capacidade de motivar seus comandados. Impressiona como consegue lidar com estrelas do vôlei mundial evitando que o ego atrapalhe o trabalho em equipe. Todos os jogadores sabem a função que devem exercer e a fazem com a maior competência.

"É tão bom falar de sonhos e conquistas", por isso que não poderia deixar de falar sobre o vôlei masculino, que "saltando" tanto no oriente quanto no ocidente tem trazido alegria para o povo brasileiro. Os números são impressionantes: 21 competições disputadas, 17 títulos, três vices e um terceiro lugar, ou seja, com Bernardinho no comando o Brasil foi ao podium em todos os torneios que participou. Os títulos mais importantes foram o campeonato mundial de 2002 na Argentina, vencendo a Rússia na final por 3 a 2 e a medalha de ouro Olímpica em Atenas 2004, vencendo a Itália por 3 a 1, conquistando o bicampeonato olímpico.

Em seu livro: transformando suor em ouro; Bernardinho apresenta o que ele diz ser a roda da excelência, e coloca o que para ele é a função de um lider: "A missão do líder e sua contribuição de buscar o máximo de cada um muitas vezes contrariam interesses, mas ele deve seguir suas convicções sem buscar popularidade, e sim o melhor para a equipe".

sábado, 2 de junho de 2007

Raí, o Capitão

Acho que não existe música mais subjetiva no mundo do que “Outra vez”, de Roberto Carlos, tão adoravelmente escolhida nessa semana pelo nosso caro Renan. Logo que acabei de ouvi-la, pensei em escrever sobre a pessoa mais importante da minha vida. Mas lembrei que não teria nada a ver com esporte, o tema que me cabe neste blog. Então, mudei de idéia.

Resolvi tratar de um tema pelo qual o leitor tem, digamos, um certo vínculo emocional – particularmente se for esportista (seja ativo ou passivo) -: ídolos. Afinal, em uma determinada fase da vida, todos elegemos o(s) nosso(s) ídolo(s). Falarei, portanto, um pouco sobre o meu – e, desde já, peço desculpas pelos prováveis adjetivos exagerados!

Era madrugada. O dia, 12. O mês, dezembro. O ano, 1992. Era a primeira vez que eu via o São Paulo em campo. E logo na final do Mundial. No entanto, mais do que o próprio time, um jogador me chamou a atenção: Raí, o capitão. Após o título, ele foi jogar na Europa. Ficou mais de cinco anos lá. Em 1998, voltou. Logo na reestréia, foi campeão.

Seu gesto de comemoração, no ar, em que erguia o punho direito à proporção que abaixava o esquerdo, ficou eternizado em minha memória de torcedor. Raí parou de jogar em 2000, aos 35 anos. Em 11 anos de carreira, conquistou 21 troféus – 13 pelo São Paulo. Hoje, mantém uma instituição beneficente e é correspondente internacional de uma rádio.

Agora, é a sua vez! E aí, quem é o seu ídolo?

terça-feira, 29 de maio de 2007

Carta


Leia primeiro está folha para depois ver o resto! Leia tudo antes de rasgar, por favor!

Você deve saber quem te enviou isso, se não souber tudo bem. Vai descobrir em breve. Não vou colocar nome nesta folha e você deve jogá-la fora assim que terminar de ler, não é nenhum desses manuais de espiões, mas é para evitar problemas, afinal, sem esta carta o envelope seguinte não passa de literatura barata e objetos sem nexo.


Não me pergunte o porquê e também não espero resposta para esta carta, só achei que você deveria conhecer esse sentimento mais a fundo. Achei que você tinha o direito de conhecê-los mesmo que sejam ruins.


Eles não influenciam nada na sua vida atual ou futura. Quero que você os leia e veja por dois motivos: o primeiro é porque tenho certo orgulho deles, apesar de não terem muita qualidade eu me esforcei. O segundo motivo é o fato de você ter dado uma força para a construção deles em dois sentidos. Primeiramente você não deixou que eu desistisse, me incentivou, já faz tempo, mas você me disse que eu não deveria parar por ali, eu segui seu conselho, continuei. E em segundo, e não menos importante: você foi a inspiração base de tudo que está dentro do envelope. Você sempre é a inspiração maior do que me acontece. Se Gwen Stacy foi algo triste para o Parker, foi o que mais lhe ensinou e ele pôde amar Mary Jane depois (mesmo que o filme tenha distorcido esta parte da história. Você me ensinou, mas duvido que eu queira outra tutora.


Venho aqui apenas como um amigo. Estou te desejando sorte e tudo de bom que você merece. Acredite, estou dizendo, ou escrevendo isso, com um sorriso no rosto. Sei que não é muito normal esse tipo de coisa, mas eu não sou muito normal mesmo.


Eu só queria me despedir de maneira diferente e não sabia como, não sei o que vai acontecer a partir de agora, mas tenho medo do meu futuro. Tudo ao que me acostumei nesses anos acaba agora e não sei como reagir, mas as surpresas não podem ser de todo mal. Como eu não consigo mais te contatar, vim dar tchau e boa sorte desse meu modo.


Quero te pedir que não conte a ninguém quem lhe enviou isto. Quero te dizer para não ter nenhuma reação fora do normal e, se isso for um incômodo pra você, livre-se destas folhas de maneira discreta. Se não for atrapalhar nada, peço que tente ler e ignorar os erros de grafia, pontuação e etc. Tente entender tudo como uma viagem a outro lugar desconhecido, apesar da semelhança com a realidade.


Não quero que se ofenda por causa disto que estou lhe enviando, se ficar brava ou te prejudicar de qualquer forma peço perdão, só queria me despedir de maneira inovadora.
As bases de tudo foram fortes e reais, mas tudo aqui não passa de ficção e ilusão trabalhadas, afinal nossa vida é sempre um pouco disso. Os sentimentos reais se formaram em letras; dizem que não podemos desperdiçar nada.


Agradeço pela atenção e você já deve saber quem lhe enviou isto, é óbvio demais. NÃO quero que venha até mim para dizer que sabe que fui eu. Sei que você é inteligente e já sabe. Volto a dizer que desejo muita sorte e felicidade. Tente encarar como diversão. Na verdade, eu queria que alguém com quem eu me importasse tivesse visto algumas coisas minhas e essa foi mais uma razão. Essa coisa de nunca se alcançar o que um dia se pretendeu dá uma sensação de perseverança e inspira as pessoas a continuarem, mesmo sem o que elas já quiseram um dia!

É difícil entender o sentido do nunca, mas a gente acaba se acostumando. Depois de um querer singelo sobra um adeus não dito e um choro surdo e seco no peito, um resto de outono, uma noite sem sono. Espero que entenda. Foi legal e muito, quando precisar chame.


Não se esqueça de destruir esta folha depois de ler e entender.


Um abraço de... você sabe...

sábado, 26 de maio de 2007

1963

O mundo todo estava em alerta. Temia-se outra guerra. De um lado, os EUA. De outro, a União Soviética. E o Brasil respirava, aliviado. Mas, você sabe, não por muito tempo. É que João Goulart voltava à presidência, apesar de pressões internas e externas - acusavam-no de comunista. O golpe militar não demoraria. Mas, entre umas ameaças aqui e outras preocupações acolá, houve tempo para alegria. Pelo menos, na letra de Marcelo Nova. Pelo menos, no esporte.

Em 1963, o Brasil sediou um Pan pela primeira vez. Foi em São Paulo, entre 20 de abril e 5 de maio. Jairzinho e Carlos Alberto Torres competiram. Só que, naquele tempo, ainda eram desconhecidos - juntos, eles ganhariam uma Copa do Mundo sete anos depois. No mais, o Brasil obteve a melhor colocação da história no quadro geral de medalhas (2º lugar) e Sampa foi, por mais de 2 semanas, o palco das disputas ideológicas na América.

Seis meses mais tarde, o país voltaria a ser destaque nas páginas esportivas pelo mundo afora. É que o Santos decidiria, com o Milan, qual seria o melhor clube do planeta naquele ano. Foram 3 jogos: o primeiro, na Itália, a 16 de outubro (4x2 para o Milan); o segundo, no Brasil, a 14 de novembro (4x2 para o Santos); no tira-teima, deu Peixe (1x0, jogando em casa de novo). O time, assim, se tornava o primeiro brasileiro bicampeão mundial.

O tempo passou, épocas difíceis ficaram para trás e, em 2007, o Brasil irá promover o Pan pela segunda vez na história, um gostinho que, até hoje, só México, EUA, Argentina, e Canadá já provaram. Enquanto isso, o Santos está a 6 jogos de disputar, também neste ano, o seu terceiro caneco intercontinental, um feito que, até hoje, no Brasil, apenas o arqui-rival São Paulo conseguiu.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Acabaram com o Jipe das Borboletas

Pouco escreverei hoje, porém, não deixarei de contribuir com som tão digno postado pelo "chefinho", muito boa escolha, diga-se de passagem.
E, ainda, terei a audácia de indicar um filme que não vi. Mas confio no taco e na espiritualidade de quem o contemplou. Dona Cleusa, minha mãe!
E ainda acrescento algo – pouco - que li sobre o livro e a história real.


A história retrata a trajetória de quatro irmãs, mais especificamente de uma delas, vindas de uma boa e humilde família - seu pai, era proprietário de uma fazenda e de uma pequena loja - e criadas, desde a infância, em plena ditadura na República Dominicana. Em comum elas têm o protagonismo e o discernimento de quem quer questionar o que não entende ou não acha correto.


Na vida e na ficção, elas sofrem a perda de amores, sonhos profissionais e o mais crucial, que é/foi a perda daqueles de mesmo sangue. A vida passa a não ser mais a mesma, sem a dignidade de poder receber um diploma, de poder se unir àquele de quem gosta e de poder curtir o tempo com quem te criou.


Conhecidas como as Borboletas (Las Mariposas) elas fundaram o Movimento 14 de junho, um dos mais fortes contra o regime ditatorial do general Rafael Leonidas Trujillo.


Quando, erm 25 de Novembro de 1960, uma publicação local, anuncia a morte acidental de três da irmãs Mirabal, encontadas dentre os destroços do próprio Jipe delas, que fora jogado por um penhasco. Mas não menciona que a quarta haveria sobrevivido, Minerva, que viria colocar a tona a verdadeira história da sua família e de toda a luta.


O filme, adaptado do livro homônimo, "NO TEMPO DAS BORBOLETAS" de Julia Alvarez, foi levado ao formato de película, sob direção do espanhol Mariano Barroso e produção da atriz Salma Hayek, que também atua como uma da irmãs.


"O crime provocou uma insurreição política, culminando com a morte do general, em 1961".


" E, em 25 de Novembro, rememora-se em homenagem, o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres".



terça-feira, 22 de maio de 2007

Arremesso certeiro

Depois de duas semanas de recesso estou de volta. Nesse retorno, defronto-me com uma música que fala um pouco da década de 60, e para relacioná-la com fatos importantes do esporte, resolvi enaltecer os grandes feitos ocorridos no esporte da bola laranja. É inegável a minha fascinação por esse esporte, da qual acompanho de perto além de ser um praticante assíduo.

Para quem não descobriu ainda, estou falando do basquetebol, que teve na década de 60 seus melhores momentos. Começando po 1960, a selação masculina participou dos jogos olímpicos de Roma, e voltou da Itália como a terceira melhor equipe do mundo, conquistando pela primeira vez uma medalha na modalidade, subindo ao podium pela primeira vez em jogos olímpicos.

No entanto, foi três anos depois que o Basquete brasileiro viveu seu ápice. Em disputa estava o título mundial, na verdade, era o momento da seleção provar seu valor. Tinha como desafio conquistar o bicampeonato mundial dentro de casa. Com uma campanha impecável a seleção conquistou seu objetivo, vencendo os Estados Unidos, numa final emocionante, com o ginásio do maracanãzinho abarrotado, momento emocionante para esse esporte que é tão mal-tratado na atualidade. Deve ter sido um momento inesquecível para quem esteve no ginásio naquela final. Só um atleta sabe a emoção que é disputar uma competição dentro do seu país, com uma torcida calorosa apoiando em todos os momentos.

Em 1964, essa mesma geração conquistou novamente a medalha de bronze nos jogos olímpicos de Tóquio. Fato que marcou definitivamente para a história essa equipe que iniciou suas conquistas com o primeiro título mundial em 1959 no Chile.

Esse ano teremos o Pan-Rio 2007 e certamente viveremos situações que irão mexer com o coração dos apaixonados por esporte. É a hora ideal do nosso basquete voltar a ser destaque. Um ano decisivo, já que teremos também o pré-olímpico das Américas, competição que dá vaga para os jogos olímpicos de Pequin 2008.

Que nossa seleção se inspire na fantástica geração de ouro de 1963, que tinha como destaques Wlamir Marques, Rosa Branca, Amauri Passos, Ubiratan e companhia. Um esporte com um passado glorioso está carente de novos heróis e conquistas.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Quem quer saber?


O dantes rapaz e agora homem chegou ao local já conhecido, parou seu carro na frente do grande vidro com o nome do local em neon, umas décadas antes de ser proibido identificar seu próprio estabelecimento, um pouco antes de virarmos uma massa. Desceu de seu "carango", assim como tantos outros faziam, vindos das casas de suas noivas, ou das concorrentes destas, mas ele gostava de sua noiva, queria uma vida normal, família, filhos. Atravessou o portal de entrada.

Já conhecia o ambiente, acompanhara o crescimento desde que era uma lanchonete, o que antes era um "point" de catchup e mostarda virou um ambiente de luz azulada, mas não promíscua, de música ao estilo blues e rock, mas não agitado a ponto de afastar aqueles que gostam de sentar e beber conversando.

Abriu a porta e já esperava, como sempre, aquele ambiente de conversa, troca de idéias e música de qualidade. Na TV um presidente fazia seus anúncios de que as coisas iriam melhorar, ele não estava tão certo, aquela década ia ter muitas surpresas, antes de Grease, com músicas bonitas e danças que lembram a parte bonita (e cafona) da vida. Quando um certo 007 começava a fazer sucesso.

Entre a dança, que só viria no futuro, e o espião inglês, triunfou a licença para matar, mas nem todos eram britânicos, até algumas pessoas do Brasil aderiram. Sim! Aquele pessoal do Brasil, povinho preguiçoso, que adora usar a inércia para manter-se em seu estado atual, seja ele qual for. Pois é, naquela terra onde tudo dá. Dá pipoco, dá em nada, dá calario de pensar nesse calor e dá muito mosquito. Lá mesmo que existia esse bar restaurante ex-lanchonete.

E dessa vez ele entrou e percebeu uma movimentação estranha ali dentro, alguns homens sérios que não se sentavam, com caras amarradas, sempre desconfiados, tentando fazer amizade. E de repente deram um golpe. Não derrumabaram nenhum governo, mas o barman foi ao chão. Tomaram o controle do local e instituiram o silêncio a partir daquele momento. Ninguém falava se não deixassem. Pensou em sua noiva, ficou com medo do que se passava com ela, ele longe, o que ela iria pensar. Ele não era um desvairado, rezava para que não tivesse a idéia errada a seu respeito.

O solo mágico e empolgante do piano cessou antes do sax fazer sua entrada majestosa, os dançarinos perderam a vontade de mexer os corpos. Mas aqueles que dominaram pegaram gosto pela coisa de mexer corpos, inertes ou não, com mosquitos e moscas em cima ou não, logo depois de uns pipocos que ninguém olhou pra ver e não deu em nada, acabaram dando o bar pra eles.

Logo naquele momento difícil que a cidade passava. Dois bairros eram rivais, um achando que chegava fora do estado antes do outro, começaram uma corrida pra ver quem tinha o melhor carrinho de rolemã, começaram a ameaçar de jogarem biribas um no outro e o rapaz preso ali no bar restaurante e preocupado com seu carro parado na frente da ex-lanchonete e da sua noiva parada em casa, sem ter o que fazer, cabeça vazia jardim do diabo... se preocupava. Imagine, se decidissem atacar com as biribas, poderiam até riscar a pintura, digo, até ferir sua noiva.

Havia revoluções em algumas casas, filhos rebeldes de calças jeans e visão socialista, e ele ali, sem seu carro, sem sua noiva, sem sua conversa, sem seu blues nem rock.

E decidiram tocar umas músicas mais românticas, umas conversas mais amenas, começaram a comprar e vender dentro do restaurante que não se falava. Mas alguns falavam, alguns cantavam e eram expulsos, ou que fossem para outros bairros ou que caíssem na sarjeta coletiva para, quem sabe, nunca mais serem vistos nem ouvidos.

E ele tomou seu trago e esperou que os novos donos se cansassem de jogar os caras pra fora e calarem os de dentro. Quando as coisas amenizaram ele saiu, beijou seu carro, já conquistado pelas novas músicas e quase nem lembrando o que se passara, pelo menos não de cara, e foi para casa da amante. Depois de tanta coisa, o que ele menos queria era a normalidade de uma vida familiar com sua noiva...

Anos depois ele escuta Camisa de Vênus, uma bandinha qualquer e reconhece algo familiar na letra de uma de suas músicas. Presta atençãos aos nomes, ao ritmo e de repente lembra de tudo como raio, era isso que o atormentava desde aquela época e não pôde perceber: haviam roubado seu Simca Chambord... e ganhou o prêmio de brasileiro do século! Isso mesmo, um daqueles do povinho cheio de mosquito e calor e... quem se preocupa? O carro era demais!

sábado, 19 de maio de 2007

Carpe diem


Era noite. O dia, 27 de outubro de 2004. São Paulo e São Caetano empatavam por 0 a 0 quando, de repente, o zagueiro Serginho, do time do ABC paulista, desmoronou no gramado. Acabara de sofrer uma parada cardiorrespiratória, e morreria pouco depois, aos 30 anos. O caso comoveu o Brasil. Será que, enquanto rezava o Pai Nosso antes de o jogo começar, ele poderia supor que aqueles seriam seus últimos instantes de vida?

Na noite do dia 25 de janeiro de 2004, nove meses antes da morte súbita do brasileiro, uma cena parecida aconteceu em Portugal, durante um encontro entre Vitória e Benfica. Após receber do juiz um cartão amarelo, o atacante húngaro Miklos Fehér, do Benfica, sorriu, agachou-se e caiu morto. Faltavam três minutos para o apito final. Ele tinha então 23 anos.

Agora, voltemos um pouco mais no tempo. 26 de junho de 2003. Camarões e Colômbia disputavam, na França, uma vaga à decisão da Copa das Confederações. Intervalo de jogo e, no vestiário camaronês, o meia Marc-Vivien Foe, 28, era um dos mais entusiasmados. “Gente, nós vamos vencer essa partida nem que tenhamos que morrer aqui”, dizia ele. Eis que, aos 30 minutos do segundo tempo, Foe desabou no centro do campo. Os olhos, arregalados. Tivera uma parada cardíaca.

Serginho, Fehér e Foe. Três heróis que, aqui, deixaram familiares, colegas de trabalho e fãs cheios de tristeza – mas, sobretudo, uma lição: enquanto nosso coração bater, nunca será tarde para agradecermos a chance rara de viver.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

O tempo de cada um - Lost in Translation

Pessoas passam mas retornam, outras vão e nem voltam; uns gritam enquanto outros murmuram; e os que esperam, às vezes se decepcionam; aqueles que tentam dão chance pro erro mas também pro acerto; e há quem articula e não gagueja, a não ser...nos encontros e desencontros... da vida... do mundo... por aí.

Paciência, será que você ainda está aí?!

Fique aqui, pois hoje falarei sobre o filme Encontros e Desencontros, de Sophia Copolla.

Desmembrando papéis universais - como solidão, autoconhecimento, amor e legitimidade - a história nos leva a uma viagem junto de seus personagens, como se fôssemos eles. Seus personangens tão ocidentais são levados a despertar do lado de uma outra cultura, a oriental. Ambos, Bob and Charlotte, estão as voltas com um mundo luxuoso por aparência, apressado por necessidade e, de repente, totalmente fulgás. De tanta presa que as pessoas que o circundam têm, eles páram e acabam por se encontrar numa brecha numa reflexão. Eles passam a traçar uma relação, que não quero chamá-la de ideal nem de real, mas simplesmente de sincera, original. A sintonia que rola entre o casal talvez tenha sido influenciada pela cultura japonesa, cheia de charme e discrição. Talvez apenas pela vontade de ser quem é, independente de onde esteja e com quem esteja. O tempo lento e a paciência prevalecem nela.

Sabe "quando tudo pede um pouco mais de calma" e "o corpo pede um pouco mais de alma", e mesmo assim "a vida não pára". Pare você e pronto! "Será que é tempo que lhe falta pra perceber?!" A vida, a sua vida é tão rara. Tão rara que, às vezes, optamos por deixar esses momentos registrados uma única vez, como videoclips na nossa memória. Mas como todo sonho bom, o último sussuro sempre dá uma esperança singular de que o final será feliz. Quem assistiu sabe do que estou falando. Quem ainda não assistiu, espero que tente entender.

Aos apaixonados, pela raridade da vida, de plantão: Vivam, a seu tempo, com intensidade!!!!!
Entre aspas, trechos da música Paciência, de Lenine.


quarta-feira, 16 de maio de 2007

Ninguém nunca vai saber

Desde o momento em que vi qual música tinha sido escolhida, me peguei pensando qual filme eu poderia colocar aqui pra vocês...Não achei. Não encontrei em meio as minhas memórias um só...mas sim, vários. De todos os tipos, de todos os gostos. Não achei justo escolher um. Daí, veio a brilhante idéia: não opinar. Não dessa vez. Em algum momento, temos que deixar de lado algumas coisas e essa semana, escolhi deixar pra lá um filme. Sei da competência dos outros integrantes desse blog, sei que todos farão jus e principalmente, que todos farão as mais incríveis ligações.

Engana-se quem achar que vou parar por aqui. Eu precisava mesmo deixar algumas perguntas, como não poderia deixar de ser.

O que é melhor nessa música? O cantor? A letra? A melodia? Não sei, mas gostaria tanto de saber!!! Gostaria de poder pelo menos, contrariar tudo o que ele colocou de uma forma perfeita. Qual vida hoje é a mais bela? Sei que todas disputam o lugar da mais corrida, da mais rápida e passageira. Apesar de tudo isso, nada impede que ela seja bonita, que ela seja vivida e apreciada. E quando a pessoa que está vivendo não percebe isso? E quando ela é tirada desse mundo de uma forma tão abrupta que deixa não só pessoas, mas planos, ideologias, dívidas(quem não deixa?), amores, corações partidos e o mais importante...e quando ela leva um pouco dos que ficaram? O que fazer?

A vida não pára e não temos tempo a perder... mas perdemos muito conforme estamos fazendo as nossas escolhas. O momento é de lutar por tanta coisa e temos que escolher, temos que olhar pra trás e imaginar como seria se tudo fosse diferente...mas não podemos nos dar o luxo de nos prender ao passado. Podemos? Podemos imaginar que o mundo é lindo e maravilhoso, que as pessoas sempre ficarão ao nosso lado, que o emprego ideal vai cair no nosso colo, que sempre vamos amar e ser amados, que sempre teremos paciência com tudo que nos rodea, que o nossos bichinhos estarão sempre lá...fofos, que sempre teremos saúde?

Acho que não. Se crescer dói porque não podemos continuar crianças? Porque toda a seriedade da vida adulta nos é jogada na cabeça? É mais uma coisa que eu nunca vou saber... As falhas da vida estão aí....as nossas falhas estão sendo constantemente julgadas...mas quem se importa? Eu não...sabe porque? Porque eu percebi...."a vida é tão rara".

terça-feira, 15 de maio de 2007

Eu peço


Eu ia postar hoje, mas peço um pouco mais de calma. Porque quando tudo parece apressado me dói na alma e... bem, a vida é tão rara. Aproveito meus momentos difíceis de calma pra me entrgar a mim mesmo, uso meu dia no blog pra abster-me dele, uso o desuso , melhor, não uso. Ouso, talvez.


Mas só um talvez não é um porém completo, contudo, entretanto algo um tanto mais repleto e discreto, discrepante, entre a alma de quem sonha e os sonhos de quem quer uma alma. Fico com minha calma, minha simplicidade complexa, minha infantilidade que me faz crer em homem-aranha e nas escolhas da vida, na lida de benefícios e que nem todos buscam apenas o lucro.


Lucro, eu lucro, lucrarei, lucraremos... repetidamente até perde o sentido, não é? Pensem nisso, deixem que sintam isso, só peço um pouco de calma na alma e alma calmamente cuidada. Cuidado! Com os dados joga-se mas os números que caem também se viram em opostos entre altos e baixos, mesmo sendo apenas cubos, assim como... como somos só pessoas, em nossos altos e baixos.


Só peço que saibam que a vida é tão rara. Não se joga fora, não se recicla, se complica e implica, mas... talvez se possa conseguir o que peço, tropeço pedindo uma poça de alma com calma, imploro, não impeço, imprimo o impresso e tento deixar esta impressão: o mundo está cada vez mais veloz... E você? Vai sair correndo ou parar um pouco e reparar nas pessoas, mesmo que elas já estejam lhe dando as costas por continuarem correndo?

sábado, 12 de maio de 2007

Abracadabra - a magia do esporte

A música dessa semana (El Justiciero, d´Os Moutantes) me inspirou de um jeito diferente. Não que a minha intenção tenha sido distorcer o assunto da letra, mas, ao refletir um pouco sobre o nome da canção, me veio à cabeça uma associação, digamos, curiosa – naturalmente relativa ao tema que me cabe neste blog: esporte. Justificativas à parte, o fato é que me lembrei de algumas figuras inesquecíveis.

Para uns, eles foram, e ainda são, mágicos no que fazem, capazes de mudar a sorte de um jogo. Para outros, são simplesmente inesquecíveis, ídolos eternos de torcidas apaixonadas. Olhe, não falo apenas de futebol, não. Refiro-me a todo e qualquer esporte que permita a prática do imprevisível, daqueles lances tão sutis quanto provocantes que levam multidões ao delírio – e deixam pasmas outras tantas!

Refiro-me ao talento de Nelson Piquet, Ayrton Senna e Felipe Massa no cockpit; às tacadas precisas de Tiger Woods; às braçadas campeãs de Ian Thorpe, Michael Phelps e Gustavo Borges; às raquetadas espetaculares de Pete Sampras, André Agassi e Roger Federer; à performance quase inigualável de Michael Jordan, Magic Johnson e Kobe Bryant dentro do garrafão.

E quem nunca ouviu, de algum admirador antigo do futebol, exclamações empolgadas sobre Pelé e Garrincha? Contudo, se você é mais jovem, deve se recordar de um certo francês bem habilidoso chamado Zidane, que, assim como todos os “ídolos-heróis” aqui citados, sempre guardava um truque novo na manga para provar que, no esporte, o verdadeiro espetáculo é o da mágica.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Robin Hood, religião e cérebro

Já tinha definido na minha mente que falaria de Tarantino, ó grande Tarantino! Mas vou deixá-lo pra depois, e fico devendo essa, ... e vou me basear pelos acontecimentos que nos permearam nesta semana.

1º, a vinda de Bento XVI ao Brasil e 2º, a nota da prova de História, apesar dela (a matéria), ser Contemporânea.

Falemos um pouco, bem pouco, porque o tempo é curto, sobre, mouros, cristãos, Cruzadas, Idade Média e Robin Hood.

Quem não conhece a história e o mito do justiceiro da floresta de Sherwood?! Se ainda não leu, viu o filme com Kevin Costner, Morgan Freeman, Sean Connery e Cristian Slater (ai, ai), que passa por “todo sempre na telinha” (hahahaha).

Robin Hood, “O Príncipe dos Ladrões”, que “rouba dos ricos para dar aos pobres”, afinal, é um herói ou um vilão fora-da-lei? O que se pode garantir é que ele é um grande personagem mítico inglês, lá das épocas do Rei Ricardo Coração de Leão, no século XII. Portanto, tempo de Cruzadas, ou guerras por território e poder, oportunamente justificadas pela questão religiosa. Simbolicamente e, pelo menos no filme, Robin é ajudado por um mouro e um frei (diga-se de passagem, um bom de cálice). Robin participa e escapa da masmorra em Jerusalém, durante as Cruzadas. E, aí, então, resolve montar uma milícia em Sherwood, roubar dos ricos para dar aos pobres, lutar contra a tirania empossada e de quebra resolver conflitos familiares e coisas do coração.

O mito sobrevive

“Para quem vive hoje em Nottingham, cidade no centro de Inglaterra que serve de cenário à maioria dos fatos, Robin continua a existir. Além das estátuas, há as ruas batizadas com o seu nome e o festival anual que lhe é dedicado. E há também o que resta da Floresta de Sherwood, onde é possível encontrar a árvore em redor da qual o bando de Robin se reunia em conselho.”

Pouco menos de um mês, saiu a divulgação de uma pesquisa realizada por norte americanos e alemães que relata um instinto “Robin Hood” natural ao homem. Não sou de deixar links, mas valhe a pena: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL20724-5603,00.html

E deixo, de conclusão, um textinho mui interessante que achei nas minhas pesquisas sobre as Cruzadas, quem sabe um dia ainda não falo só sobreesse assunto e o filme, que ainda não assisiti.

“Uns anos antes de mais uma das catástrofes ocorridas durante as primeiras Cruzadas, o poeta árabe al-Maari, que morrera em 1057, separara os homens em dois grupos: os que têm cérebro, mas não têm religião/ E aqueles que têm religião, mas não têm cérebro. Esse ‘Grande Massacre’, ocorrido há 900 passados, além de ter azedado para sempre a relação entre os cristãos e os muçulmanos, permaneceu como um desses estúpidos altares sacrificiais erguidos pelos homens que têm religião, mas não têm cérebro.”

Ah a resposta da pergunta (afinal é um herói ou um vilão fora-da-lei)? Comentem e até!

quinta-feira, 10 de maio de 2007

E quem é fiel?




" ... seria um desastre para os pobres do mundo",
Conclui editorial publicado nesta segunda-feira (07) pelo jornal econômico The Wall Street Journal, a respeito da quebra da patente do remédio anti-Aids Efavirenz. A patente foi quebrada oficialmente, em forma de decreto, pelo presidente Lula, na última sexta-feira (04).
O Brasil alegou aos laboratórios (Merck Sharp&Dohme) , que os preços não são favoráveis.
O país tentava negociar a redução dos preços desde o ano passado, os laboratórios ofereceram cerca de 30% de desconto que foi considerado insatisfatório pelo governo federal, o próximo passo é importar o comprimido produzido na Índia, vendido a US$ 0,45, US$ 1,14 de diferença .

Mas, eai???? De que raios a Vanessa tá falando????

Pra quem assistiu ao filme, O Jardineiro Fiel, o paralelo fica claro e real. A obra, que é inspirada no best-seller de mesma graça, foi escrito por John Le Carré e traz a discussão dos laboratórios e o dinheiro que arrecadam...
Um Diplomata britânico substitui seu chefe em uma palestra à imprensa e conhece Tessa, uma jornalista (tinha que ser, né?) inquieta e contestadora que se exalta ao começar a questionar a morte de inocentes causadas por tropas britânicas nas intervenções pelo mundo afora, neste caso, no Iraque.
Tessa e Justin Quayle, tornam-se um casal. O Diplomata precisa viajar à Africa e leva a moça...

Como todo bom jornalista, que não sossega na frente da tevê, menos ainda da internet, Tessa, poeticamente, resolve viver para compreender os fatos. Se envolve com o povo africano, começa a observar o sofrimento, a política que direciona a região e tenta agir.
Engajada e absurdamente curiosa ela começa a vasculhar a distribuição de remédios na África. Para mim, maior adepta das idéias de que grandes conspirações dominam e anuviam o mundo, tudo faz MUITO sentido.


A idéia ofende os sistemas africano e britânico, um laboratório estaria produzindo e distribuindo remédios para curar a tuberculose sem que essas drogas tivessem sua eficácia completamente comprovada. Logo, as 'inofensivas' doses distribuidas 'gratuitamente' matavam algumas pessoas, e os governos sujamente interligados faziam de tudo para esconder as evidências.


As pessoas que morriam devido aos efeitos colaterais do remédio (efeitos não previstos devido a ausência de pesquisas adequadas) simplesmente sumiam do mapa. Eram enterradas em qualquer lugar que não se pudesse achar.


A trama se desenrola mostrando como funciona a teia corrupta que se compõe e se alimenta de sugar a miséria e a desgraça; os políticos, grandes empresários, bons e 'confiáveis' chefes de Estado. A forma como todo aquele que invadir o caminho do fluxo de capital e poder, deve se tornar apenas mais um entre os corpos jogados e esquecidos pela conveniência.


Um filme que nos faz refletir porquê os povos sofrem por tantos anos doenças tão avassaladoras. Afinal, se descobrem maneiras de viver em Marte, possibilidades de explodir o mundo pela fissão de um átomo, ou de incendiá-lo através do excesso de dióxido de carbono. Será que ninguém possui a cura para a AIDS, por exemplo? A doença 'incurável' que consome milhões por ano, tanto de pessoas como de dólares, o vírus maldito que enriquece tantos laboratórios e dá a tantos países títulos e mais títulos de 'aprendam como combater a AIDS'.


Suavemente parecido, o filme nos mostra a relação de governos, que deveriam zelar pela saúde de seu povo, com empresas privadas que zelam única e exclusivamente pela captação de lucro.
Lula tomou uma decisão interessante em quebrar a patente de um laboratório que vendia caro há anos, mas porque a demora em optar por outro medicamento? Como funciona a indústria que move a AIDS, que monitora sua proliferação e seu tratamento. O presidente pode ser inocente, mas como o filme mesmo diz: "Sempre disconfie dos laboratórios farmacêuticos" as cobaias humanas são melhores que quaquer ratinho, ainda mais quando se sabe que elas vão morrer mesmo...

quarta-feira, 9 de maio de 2007

"Paga lo que deves"

Talvez o filme não faça jus...talvez a música não seja a certa...talvez, só talvez. São hipóteses, nada mais do que hipóteses...o filme é grandioso e a música é deliciosa. O certo é que eu não estou inspirada para escrever, portanto, quem não fará jus, sou eu. Mas...vamos lá.

"Proibido Proibir" ainda está em cartaz (portanto, aproveitem!). Nele, temos 3 personagens centrais. Paulo, Leon e Letícia. Os últimos dois começam o filme como namorados e, o problema inicia quando Paulo e Letícia se apaixonam. Para ajudar uma paciente terminal a rever seus filhos, o trio se une de uma forma que nunca tinha acontecido; quando conseguem encontrar o menino, descobrem que está em uma grande enrascada..como não poderia deixar de ser. O final, eu deixo para quem quiser assistir, nada mais justo por ser um filme recente.

Inconsequente, essa é a melhor definição para Paulo, estudante de medicina. Trabalha salvando vidas, mas se droga antes de fazer as rondas e até mesmo, antes de ir para qualquer aula, antes de fazer qualquer atividade. O nome do filme é uma referência à sua ideologia "É proibido proibir". Aham, então tá. Será mesmo que é proibido? Se não te proibissem de muitas coisas quando ainda não tinha a personalidade formada, o que seriam hoje? Estariam tendo a vida que têm? Estariam no "caminho certo"? Sempre temos uma dívida, seja lá com quem for.... seja lá como iremos pagar, temos sempre que ter a convicção que tem alguém que sempre apostou muito em nós...seja um pai, uma mãe, um tio,um amigo...

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Ululante


Justiça seja feita: este autor se entrega aos braços da obviedade, não por preguiça ou falta de imaginação, mas por não fugir da relação direta das coisas da vida, ou da morte. Falamos de justiça, logo, envolvemos vida e morte.


Falo, antes, de um homem, canta-se o homem (mesmo isso sendo um blog e não um baile gay), filma-se o homem, desenha-se o homem em quadrinhos vendidos por R$6,90 ao mês nas melhores bancas, e nas piores também.


The punisher, el justiciero, o justiceiro. O homem que vai defender a cidade, os pobres cidadãos, seja lá qual for seu motivo, mesmo que seja a música "El Bodeguero" de Nat King Cole ("Tomo chocolate, paga lo que deves), o cavaleiro fará justiça.


O homem que perdeu a família numa guerra de gangues, o anti-herói dos quadrinhos que perdeu a linearidade de sua história devido a uma filmagem de Hollywood, com uma produção meia boca.


Os homens têm seus motivos, mortes que já ocorreram e, posteriormente, mortes que tenta-se evitar. O mundo está estranho, mata-se, hoje, não pela justiça, mas pela... pelo quê mesmo?


A justiça que nem é justiça, não sei se existe uma justiça ("Nem quando é pelas próprias mãos", segundo os Titãs). Mas será correto dizer que o mundo está perdido? E quando este esteve encontrado, quando esteve achado, nunca, mas sempre descoberto e coberto de sangue.


O sangue lava a honra, mas não existe tanta honra para ser lavada com tanto sangue. O racionalismo caiu sobre uma banca de jornal, as borrachas estão nos pneus que atropelam e nas balas que afastam pouco, machucam tanto e não são doces.


A música fez uma atuação numa noite turbulenta, o justiceiro atua para tentar salvar, mas causa mais tumulto. A justiça é feita pelas próprias mãos, ou pelas próprias armas, mas nunca por uma pessoa, quando ocorre já não é mais humano.


O sol raia, eles se encaram, os olhos apreensivos, as mãos trêmulas (de tanta pancadaria), o momento é tenso, ele saca e atira, ele saca e canta, eles catam e saqueiam, o cinza concreto se alegrou por alguns momentos e depois silenciou. A pedra, antes firme, agora sangra.

sábado, 5 de maio de 2007

O dia que abalou os Estados Unidos

A música dessa semana, tão bem escolhida pela nossa parceira Silvia, é uma fonte inesgotável de inspiração. Tanto que fiz questão de dar a ela, pessoalmente, os parabéns - aliás, desde que instalamos o tocador aqui no blog, nenhum som decepcionou. Pelo menos, até agora, né? Elogios à parte, voltemos a Over de Rainbow. Duas palavras de uma das estrofes particularmente me impressionaram: sonho e realização.

Sonhar não faz mal, não. Entretanto, nem todo sonho vira realidade. Contudo, toda realização só acontece graças a um sonho. A propósito, sonhar era o verbo de ordem da seleção brasileira masculina de basquete durante os quatro tempos da decisão do Pan-Americano de Indianápolis, em 1987. O oponente não podia ser pior: os EUA. Além de favoritíssimos, eles jogavam em casa.

E, na primeira metade da partida, já tinham aberto 22 pontos de vantagem, enquanto Oscar Schmidt e cia. eram vaiados por mais de 16 mil torcedores frenéticos. Só que, de repente, a história começou a mudar, e o Brasil, heróico, não só virou o placar como também levou a inédita medalha de ouro. Foi a primeira vez que uma seleção dos EUA perdeu debaixo do próprio teto. A vitória brazuca espantou até a imprensa do país, que apelidou Oscar e Marcel, os cestinhas do time, de Big Brothers, pelo incrível entrosamento em quadra.

Em agosto, 20 anos já terão se passado dessa façanha. Porém, ela certamente está viva, mais latente do que nunca, na memória de quem viu aquele sonho se tornar realidade.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Tudo Acontece em

"Sabe esses dias em que horas dizem nada"...tempo interminável, quando os segundos não deixam as horas escorrerem. Meio que sem querer o acaso flerta com a sua perplexidade por meio de um filme, com um singelo nome: "Tudo Acontece em Elizabethtown".


Você já ouviu essa máxima: "Para tudo tem um jeito, menos para a morte"?! (Pensemos, independente de crenças religiosas. Eu ainda não conheci ninguém que voltasse, explicitamente, da morte e se realocasse entre nós. Por isso para ela não há jeito, quando chega sua hora, você vai mesmo. Pra onde??? Só sei que ela é definitiva para quem fica por aqui. Não para quem vai...seja lá pra onde for, de preferência para "uma terra que eu ouvi falar; algum lugar além do arco-íris; acima das montanhas; onde o céu é azul; e os sonhos que você ousa sonhar; realmente tornam-se realidade".)

O personagem central, do filme já citado, descobre o sentido dessa máxima, numa jornada heróica de auto conhecimento, volta às origens, aos laços familiares e ao amor essencial. Quando lhe é jogado na cara o fracasso, ele revolta-se. Quando percebe, na perda, o tempo deixado, angustia-se. Porém, é nesse momento que tem que escolher párar ou continuar. E "na marra", após tais fatídicos acontecimentos simultâneos, reaprender a viver em vida, envolver-se com pessoas autênticas e seus sentimentos originais e não apenas com metas e simulacros de um sucesso aparente.

Com um pouco de romance no ar - afinal, somos seres pensantes, sonhadores e adoramos amar e ser amados- ele recebe uma ajudinha do acaso na forma de uma personagem feminina que demonstra otimismo e coragem, além de banhar sua trajetória com uma trilha sonora, quase inigualável (isso é mais uma das evidentes marca do diretor na obra, além da história ter sido baseada em experiêcia pessoal).


Quando pensamos que tudo está uma droga, e que não há mais saída, o destino, o acaso ou mesmo a morte, nos pegam de sobressalto. E, então, encontramos nosso ponto de virada pessoal. Basta escolhermos se queremos nos fechar ou abrir para TUDO que ainda podemos realizar e fazer ACONTECER em outras CIDADES.


Saudades de vcs. meus pais Jorge e Evandro. Heróis eternos desta jornada daqui da cidade, chamada planeta Terra.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Quando?

Talvez eu devesse começar explicando a escolha da música, coisa que me desculpem, não vou fazer. Para ser sincera, pouco me importa se vou ser alvo de críticas ou não, o que interessa é a abertura que as pessoas têm para me dizer no que eu posso ter acertado e, no que foi mais um trágico erro. O mundo é um grande poço de críticas e se não o fazem na sua frente... a sua orelha deve ficar vermelha e esquentar horrores!

Somos todos colegas, amigos e duvido que alguém tenha a intenção de "passar a perna" no outro (aham...certo). Só por esse motivo que sou totalmente aberta a opiniões alheias. Assim como a música, o filme que escolhi é meio antigo.

Encontro Marcado, de 1998, tem o nosso querido, talentoso e lindo Brad Pitt no papel da Morte.

A trama gira em torno da Morte oferecer a um empresário de sucesso alguns dias a mais de vida, caso ele consiga lhe proporcionar umas férias agradáveis. Proposta aceita, a Morte acaba se apaixonando pela filha do executivo, acaba vivendo coisas que só vivo nós vivemos, o ajuda em muitos aspectos...e quando chega a hora, Ela simplesmente vai embora assim como veio... sorrateiramente.

Talvez seja a época, talvez seja o frio que foi embora, talvez tenha sido simplesmente um menino ter me implorado um pão com manteiga na Avenida Paulista hoje de manhã.....Mas a vida é injusta. Algumas pessoas se vão com tanto pra viver, com tanto pra contar e mesmo assim, a Morte não se torna companheira, não ajuda, não espera, não propõe. Simplesmente vem e te leva.

O bonito é pensar que: "The colors of the rainbow so pretty in the sky / Are also on the faces of people passing by / I see friends shaking hands / Saying, "How do you do?" / They're really saying, I...I love you / I hear babies cry and I watch them grow / They'll learn much more / Than we'll know / And I think to myself / What a wonderful world"

Se Ela viesse hoje ter um papo comigo, talvez eu agradecesse. Por tudo o que vi, falei, sonhei, lutei. Daria um certo esporro pelos 3 e 2 meses, mas...paciência, né?

E se Ela fosse atrás de você? O que você faria?

terça-feira, 1 de maio de 2007

Esquecer é dificil para quem tem coração

DESAFIO!!! Essa única palavra simboliza tudo que estou passando para escrever esse texto. Digo isso pelo fato de ter escolhido o tema que vou tratar antes de saber do que se tratava a música. Não sei se a relação que farei será satisfatória ou não, no entanto, não quero e não vou mudar o assunto, porque hoje é um dia muito especial.

O dia 1º. de Maio é um dia inesquecível para o esporte brasileiro, pois faz exatos 13 anos que nosso esporte perdia o maior piloto brasileiro de todos os tempos, já falei dele nesse blog, mas não poderia deixar de novamente reverencia-lo no dia em que completa mais um ano de sua morte. Ayrton Senna foi um exemplo de obstinação, determinação e vontade de vencer na vida, um trabalhador muito dedicado e que por coincidência do destino faleceu bem no dia do trabalhador.

A cena do acidente não sai da minha cabeça. 1º de Maio de 1994, circuito de Imola, em San Marino, parecia apenas mais uma corrida na vida de Ayrton Senna, infelizmente não era apenas uma corrida e sim a última. Tudo parecia correr na maior normalidade, pois como era de costume o brasileiro conquistou a pole position e após a largada manteve a primeira colocação. Porém, após completar a sexta volta, Ayrton perdeu o controle do carro e bateu forte na curva Tamburello, para tristeza mundial esse foi o último ato em vida do carismático piloto, e tenho certeza que essa cena triste ficou marcada na vida de muita gente.

Senna nos deixou fisicamente, mas seus exemplos ficaram para a eternidade. Certamente ele continuou sua vida, correndo em busca da vitória, em um plano superior. Foi um dia muito triste para mim, chorei bastante e as pessoas vinham me consolar dizendo que ele tinha ido para um lugar melhor, que estava ao lado de Deus que tinha vindo buscá-lo porque era uma boa pessoa.

Quantas saudades daquela época! Era uma criança, e tinha Senna como primeiro ídolo, e mesmo após passar por essa fase lúdica e fantasiosa da vida, escrevo com a visão que tinha naquela época. O trecho (traduzido) da música simboliza o sentimento daquele menino:

Em algum lugar além do arco-íris
Lá no alto
Há um lugar do qual ouvi falar uma vez...

O céu é azul
E os sonhos que você ousa sonhar
Se realizam de verdade

Foi um fato dificil de aceitar, não entendia muito bem o que tinha acontecido, mas a perda do meu idolo me entristeceu; demorou muito para cair a fixa sobre a dura realidade, dava vontade de dormir e fingir que aquilo que tinha acontecido não era real. Tinha vontade de transformar meus sonhos em realidade e torna-los verdadeiros. Externamente isso é impossivel, mas guardo nas minhas recordações todos os momentos gloriosos que me fez viver no periodo de minha infância. São 13 anos sem Senna, 13 anos de um vazio, sem alguém que tenha alcançado o status de idolo para aquela criança, que hoje cresceu e vos escreve com muita emoção.

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Z de Amor



Anthony Hopkins (sem estar mastigando ninguém) escovando um cavalo calmamente:


- Você é linda como sua mãe!


Catherine Zeta Jones, ainda de roupa:


- Você conheceu minha mãe?


Anthony, se controlando para não morder o cavalo:


- Sim, eu a conheci, ela te amava muito.


Catherine, antes de entrar no aeroporto onde estava Tom Hanks:


- Me conte sobre ela...


A cena se perdeu em meio às telas e aos neurônios já enfraquecidos pelas notícias não lidas do dia-a-dia, mas mantém a paixão do momento da cultura massificada, e, mesmo assim, tão lindo.


A cena é do filme "A máscara do Zorro". Anthony é o antigo Diego, o herói original e ensina Antônio Banderas a ser bom o bastante para assumir a responsabilidade da máscara (será que é daí que vem o nome?). Diego teve sua mulher morta e sua filha roubada por seu pior inimigo.


Sua filha se tornou Catherine, mas como foi criada pelo inimigo de Diego, ela apenas ignora a existência do verdadeiro pai e a única parte obscura de seu passado que tem conhecimento é a respeito de sua mãe, da qual pouco se fala na sua casa. A curiosidade pela mãe a leva à verdade: O verdadeiro Zorro é seu pai, fora o fato de que o novo Zorro quer se enamorar dela (e consegue, mesmo com o risco de ser mordido pelo sogrão).


Mas voltemos à cena em que Anthony está prestes a cuspir a ferradura após mascar um cavalo enquanto conversa com Catherine pelo vidro. Imaginem-se na pele daquele homem que perdeu tudo e consegue rever sua amada nos olhos de sua própria filha, mesmo que ela ignore este fato. Pode ter parecido só mais uma frase, mas tem peso. Seu único elo com a pessoa que mais amou está na sua frente e você não pode dizer quem na realidade é para não comprometer futuros planos maiores que vocês dois. Triste.


Em algum lugar, porém, sempre se encontra o sonho, ou a felicidade, mesmo que numa coisa simples, ou de uma forma que não a esperada. Diego a encontrou recuperando a filha, nunca poderia ter de volta sua época aventureira, muito menos o tempo da infância que perdeu da menina agora já mulher (e que mulher... quer dizer, Catherine atua bem), tampouco teria o que mais lhe foi caro na vida, sua mulher. Entretanto encontrou outras formas.


O lendário Zorro treinou um novo jovem capaz de fazê-lo viver aventuras indiretamente, vingou-se do inimigo em resposta a filha roubada e reconquistou sua filha mantendo um pedaço de seu passado com sua esposa, recriou o único laço que poderia materializar o amor puro que sentiu. Depois morreu no fim do filme, acho que o cavalo não estava bom, mas como diz o ditado: a cavalo dado não se olha a data de validade... ou algo assim.


O que importa é que, entre tantas coisas na vida, estamos sempre buscando algo que perdemos, mas sempre achamos nosso pote de ouro no fim no arco-íris - mesmo num dia nublado - e ele pode ser melhor e mais emocionante do que imaginávamos, mesmo que ninguém faça planos como Diego.



RDS (vulgo Renan) escreve neste blog às segundas, assim como a Lette, só que ela escreve em outro blog e faz referências à Vica, que mesmo escrevendo às segundas também, escreve também num outro blog, não sendo nem este nem o da Rika, que é amiga da Lette, assim como a Vica escreve no blog da Gisele e a Vanessa e mais quatro pessoas (Zito, Simi, Song e Roza) escrevem neste que você está lendo, ou espero que esteja...

Lette escreve no mesmo blog da Rika, Vica é gaúcha e mesmo assim amiga da Gisele que adora índios, e a Vanessa namora RDS, mesmo ele sendo bobo e escrevendo não só posts desse tipo como finalizações assim: Renan procura um emprego, que até agora não tinha aparecido (na verdade não apareceu) na história.

Ascensão

Dois filmes, que de início se encontram indiretamente, mas há muito mais além desse encontro.

Filmados com quase 40 anos de espaço, mas, retratando praticamente uma mesma época de quebras de paradigmas pelo mundo afora, em “Ao mestre com carinho” e “Meu nome é radio” é evidente a abordagem do tema pré-conceito para com as diferenças. De um lado, temos o preconceito racial perante um professor ginasial de um bairro operário, numa Europa da década de 1960, e de outro, o preconceito com um garoto norte americano, solitário e diferente nas suas capacidades intelectuais, vivendo na década de 1970. Mas que diferença é essa? Aonde aprendemos o que é igual, ou diferente, se isso é bom ou ruim, comum ou estranho?

Em cada um deles, a sua maneira, dá pra sentir e refletir sobre a questão da educação na ascensão do jovem “despreparado” à sua qualidade adulta e responsável de ser, do ser humano que prestes a sair daquela convivência comunitária e mundinho próprio passa a perceber uma sociedade com valores um tanto quanto novos.

(Em homenagem aos meus amigos educadores da “escola”): Piaget, já afirmara que construímos nossa história a partir daquela dada. Ou, seja educadores, amigos ou familiares, são os elevadores cheios de bagagens com histórias e conhecimentos que podem nos levar a uma transição, não menos dolorida, porém melhor compreendida. E, com eles, devemos aprender que diferente não é qualidade de valor e nem qualidade excludente. E que o que mais vale na construção de uma pessoa é sua dignidade e identidade. Respeite o próximo e serás respeitado!

Mil desculpas aos próximos postadores e leitores pelo atraso deste meu post. Até breve.

domingo, 29 de abril de 2007

Na adversidade se aprende a crescer

Determinamos o domingo como o dia do respiro, ou seja, um dia em que não há obrigatoriedade de postagem. No entanto, já que essa semana a música foi escolhida por mim estou aqui para finalizar as postagens referentes a esse tema.

Utilizando a mesma linha de raciocínio do texto que escrevi, venho novamente falar sobre preconceito, e para isso resolvi colocar um trecho de uma música que, ao meu ver, é significativa com relação a essa temática.

Olha e vê o fim do preconceito.
Pois liberdade é um direito.
Que não tem raça e não tem cor.
Glória aos negros que mudaram a história.
E estão vivos na memória.
Cessando toda uma era de dor.

O mundo não vai me calar.
Injustiças não vão me deter.
Da cinzas se renasce para a vitória.
Na adversidade se aprende a crescer.
São fatos que descrevem nossa história.

Mancha Verde 2006 - "Bem aventurados sejam Os Perseguidos, por causa da justiça dos homens... Pois é deles o reino dos céus".
Semana começando e nova música chegando, seja qual for, que seja muito bem vinda.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

A cor da vitória

Martin Luther King e João Carlos de Oliveira, o João do Pulo. Um era norte-americano. O outro, brasileiro. Viveram no mesmo tempo, mas nunca se encontraram. Talvez, até, um jamais tenha ouvido falar no outro. No entanto, uma feliz coincidência os uniu: cada um, à sua maneira, soube resgatar aos olhos do mundo a bravura dos negros.

É verdade que, quando João nasceu, Martin já tinha 25 anos e estava prestes a virar doutor em teologia. A origem deles, entrentanto, era simples. Porém, deram a volta por cima. King, num tempo em que os EUA que se preocupavam mais com a Guerra Fria do que com o próprio umbigo. Do Pulo, num Brasil contaminado pelos venenos da ditadura militar.

Isso, ainda na flor da idade. Martin Luther, aos 34, levou mais de 200 mil pessoas a uma marcha anti-racista (e pacífica) na capital Washington, enquanto João Carlos, aos 21, bateu o recorde mundial do salto triplo no Pan da Cidade do México. No discurso, o corajoso King pronunciou uma frase que ecoa até hoje: “Eu tenho um sonho.” Já João voltou ao Brasil como herói.

E não à toa, já que o feito dele só seria batido dez anos depois. Por outro lado, havia quem não gostasse da luta de Luther King – e, aqui, vale lembrar mais um fato comum dessa dupla -, tanto que acabou assassinado aos 39 anos, depois de ganhar o Nobel da Paz em 1964. O brasileiro faleceu aos 45, com uma das pernas amputada por causa de um acidente de carro em 1982.

Martin Luther King e João do Pulo: provas de que a vitória do corpo não depende da cor da alma.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Perseverança, perseveransia, perseverance, aushalten

Sinceramente? Sou mais uma das pessoas que não gostou da música que o Rafa escolheu... Mas vamos lá!

Se tem algum verso que eu de fato gostei, foi "quem cede a vez não quer vitória". Coisa para se pensar. Para isso, puxo a história do filme "à procura da felicidade". Will Smith vive um personagem que é pai de família e como não poderia deixar de ser, enfrenta MUITOS problemas financeiros. Divorciado, sem emprego, despejado de sua casa, acaba conseguindo um importante estágio não remunerado, mas que poderia lhe dar uma carreira promissora. Junto com seu filho de apenas 5 anos de idade, começa a enfrentar os dias mais difíceis da sua vida. Dorme em abergues, vê a sua conta bancária ter apenas 20 dólares....e por mais incrível que pareça, dorme em um banheiro do metrô porque não conseguiu lugar no abrigo. Enquanto trabalhava, estudava e cuidava do seu filho, nunca perdeu a esperança e nunca perdeu a garra...

Passa isso pra vida real... passa isso para a sua vida. Quantas vezes você já não pensou em desistir de alguma coisa? Quantas vocês já não se pegou pensando "É difícil demais"?! Eu já e muitas vezes. A questão é que não é uma história que só acontece em filmes...Vida difícil é a de todo mundo....e por incrível que pareça, quanto mais difícil, mais as pessoas percebem a força que têm.

Talvez o importante seja preservar esse lado que tanto ampara, que nós olhamos e pensamos que tudo vale a pena e que todo esforço vai se recompensado. Será?

terça-feira, 24 de abril de 2007

A Luta contra o Preconceito Racial

O filme Homens de honra, conta a história verídica de um jovem negro que almejava se tornar um mergulhador da marinha. Carl Brashear (Cuba Gooding Jr.) é esse jovem, no entanto, devido ao preconceito racial, o personagem passa por dificuldades em atingir seu sonho.

A história se passa durante a década de 40, período no qual os negros eram limitados em suas funções, e no que se refere à marinha uma das únicas tarefas que poderiam realizar era a de cozinheiro, e foi assim que Brashear adentrou.

Os negros só tinham permissão para mergulhar de terça-feira, mas Brashear quebrou essa regra e foi nadar no mar em uma sexta-feira, devido a isso foi preso, porém sua rapidez despertou a atenção e foi alçado ao cargo de “mergulhador de resgate”. Depois desse fato solicita sua integração a escola de mergulhadores, e é a partir desse instante que constata um grande obstáculo a ser vencido, e esse obstáculo não era apenas um adversário físico, pior ainda, era um obstáculo social, uma barreira chamada Racismo.

Logo que se insere no quadro de mergulhadores sofre o primeiro gesto desse racismo quando seus companheiros não aceitam dividir o mesmo quarto com ele, exceto um deles, que justamente por esse gesto também passou a ser perseguido pelo comandante Billy Sunday (Robert de Niro).

Billy Sunday é um comandante implacável e rigoroso e, assim como seus comandados, descrimina Brashear aplicando a ele testes de um grau de dificuldade acima da média com o objetivo de fazer com que desista de seu ideal, mas acontece o contrário, com persistência e aplicação consegue realizar todos os testes ficando entre os melhores da turma. Sua coragem e determinação fizeram com que Sunday parasse de persegui-lo e até se tornaram amigos.

Quando parecia ter superado tudo, mais um entrave aparece em sua vida. Em serviço, o mergulhador junto com um companheiro, mergulha para realizar um salvamento. Durante a realização de sua função seu companheiro fica em apuros e quando resolve salva-lo, perde uma das pernas. Mas não era isso que faria Brashear de continuar sua carreira na marinha. Depois de um tempo de recuperação, coloca uma perna mecânica e auxiliado por Sunday luta contra o preconceito e a burocracia militar, que visa acabar com seus sonhos de ser tornar um comandante querendo reformá-lo.

A música Identidade do Jorge Aragão tem como temática o preconceito racial, que pode ser notado no seguinte trecho: “Se o preto de alma branca pra você/// É o exemplo da dignidade/// Não nos ajuda só nos faz sofrer/// Nem resgata nossa identidade”. Tanto a música como o filme mostram como esse preconceito está inserido na sociedade. E esse filme é um exemplo pelo fato do personagem ter superado todos os obstáculos que lhe impunham para alcançar seu sonho. Na verdade o ideal seria que todos nós seres humanos aprendessemos a conviver juntos em sociedade respeitando todas as diferenças e que todos tenham direitos e deveres iguais no mundo em que vivemos.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Crer


Sei que não é a intenção da música EM SI (homenagem à gaúcha), mas o primeiro verso me fez lembrar um filme antigo, porém, um dos melhores que já vi.


"Elevador é quase um templo", é o verso. "It", é o filme. Lembram? O palhaço assassino, o monstro sobrenatural. Este filme foi responsável, entre outras coisas na minha vida (como uma bela tarde na qual não o assisti, mas ele foi marcante), por duas coisas: primeiro, desencadeou um medo de palhaço que alguns compartilham também por essa obra (Silvia?) e, segudno, me deu uma ótima noção de amizade que atravessa as barreiras de tempo e distância.


Entretanto, a relação estabelecida com o filme e o verso da música é outra. Durante todo o filme não aparecem meios efetivos de se derrotar a criatura que atormenta o grupo de garotos, mas diversas tentativas mostram, mesmo que não fique claro, que tudo aquilo em que realmente acreditam, acaba funcionando contra o mosntro.


É mais ou menos como a música, um templo num elevador, tudo aquilo que temos de material não quer dizer muito, o que importa é a fé que colocamos nas coisas. Assim como os brincos de prata poderiam derrotar a criatura, assim como citar nomes de pássaros a afastou, assim como rezar baixinho no dia-a-dia para que tudo dê certo e que se retorne vivo de qualquer lugar.

Música

Essa semana, a música escolhida foi Identidade, de Jorge Aragão.
A escolha foi feita por Rafael Zito que posta neste blog às terças-feiras.
PS: Este é o menor post que já escrevi, entrem, escutem, divulguem e discutam
Abraço

sábado, 21 de abril de 2007

O inconfidente e o fogo

Feriado! Oba! Descanso para minhas pernas e mente cansadas. Dias difíceis! Muito trabalho para pouco tempo e ... Mas feriado do que mesmo?!

Tiradentes. E quem foi ele? Ah! o mártir da inconfidência mineira, símbolo da luta contra o domínio português na colônia e que até hoje, é aclamado por ter se portado como Jesus (aliás, suas imagens divulgadas são semelhantes). Tiradentes lutou contra a escravidão e pela liberdade da nação. Pagou em troca da vida de outros, demonstrando sentimentos de humildade, arrependimento e esperança de vida eterna, assim como o ideal cristão preconizava. Interesses políticos e ideológicos perpetuam a imagem e história de um mártir virtuoso.

Ora pois, pois.

Tiradentes foi Joaquim José da Silva Xavier, dentista conhecido na região de Vila Rica, em Minas Gerais. A profissão, teria ele aprendido com seu tio. Era um trabalhador braçal: à época, arrancavam-se os dentes com alicates e o pior, sem anestesia nem cadeirinha confortável nem ambiente perfumado e relaxante e nem música ambiente.

Nessa época também, Portugal cobrava altos impostos, estava preste a praticar a derrama e instalar uma “CPI” na colônia.

Foi quando intelectuais e membros das elites começaram a se juntar. Repetindo, intelectuais e elite, militares e clero, também. O dentista não participava nem de um grupo, nem de outro.

No livro, História da Conjuração Mineira, de Joaquim Norberto de Souza e Silva, de 1873, o autor, delata: “Morrera o Tiradentes, não como um grande patriota, com seus olhos cravados no povo, tendo nos lábios os sagrados nomes da pátria e da liberdade (...) mas como cristão preparado há muito tempo pelos sacerdotes" [v.2, p.221].

O bode expiratório do movimento, que segundo a “sub-história” não tinha o caráter todo que a história retrata, caiu no gosto popular. Queria Justiça, trabalhar em paz, honestamente e libertar a escravidão.

E em 21 de abril de 1792 era enforcado e esquartejado, na cidade do Rio de Janeiro, o alferes Joaquim Xavier. O herói polêmico, porém, popular da luta pela liberdade e independência.


"Que venha o fogo então
Esse ar deixou minha vista cansada
Nada demais" ... eu apenas, morri