sexta-feira, 27 de abril de 2007

A cor da vitória

Martin Luther King e João Carlos de Oliveira, o João do Pulo. Um era norte-americano. O outro, brasileiro. Viveram no mesmo tempo, mas nunca se encontraram. Talvez, até, um jamais tenha ouvido falar no outro. No entanto, uma feliz coincidência os uniu: cada um, à sua maneira, soube resgatar aos olhos do mundo a bravura dos negros.

É verdade que, quando João nasceu, Martin já tinha 25 anos e estava prestes a virar doutor em teologia. A origem deles, entrentanto, era simples. Porém, deram a volta por cima. King, num tempo em que os EUA que se preocupavam mais com a Guerra Fria do que com o próprio umbigo. Do Pulo, num Brasil contaminado pelos venenos da ditadura militar.

Isso, ainda na flor da idade. Martin Luther, aos 34, levou mais de 200 mil pessoas a uma marcha anti-racista (e pacífica) na capital Washington, enquanto João Carlos, aos 21, bateu o recorde mundial do salto triplo no Pan da Cidade do México. No discurso, o corajoso King pronunciou uma frase que ecoa até hoje: “Eu tenho um sonho.” Já João voltou ao Brasil como herói.

E não à toa, já que o feito dele só seria batido dez anos depois. Por outro lado, havia quem não gostasse da luta de Luther King – e, aqui, vale lembrar mais um fato comum dessa dupla -, tanto que acabou assassinado aos 39 anos, depois de ganhar o Nobel da Paz em 1964. O brasileiro faleceu aos 45, com uma das pernas amputada por causa de um acidente de carro em 1982.

Martin Luther King e João do Pulo: provas de que a vitória do corpo não depende da cor da alma.

4 comentários:

Anônimo disse...

Chefe querido, o rei das analogias inimagináveis.

Continua, menino, o futuro está te esperando ansiosamente.

RDS disse...

E eu pensei que o da russia e F1 tinha sido o ápice, grande garoto, será conhecido pela capacidade de resgatar, ou antes, criar, as melhores relações entre os fatos.
Lindo texto, grande estilo.
Venceremos todos, brancos negros amarelos, vermelhos e azuis, se um dia tiver.
Abraços

Rafael Zito disse...

Mandou bem chefe.

Ambos são figuras importantes para a história, logicamente q cada um em sua área. E como eu disse no meu texto: contra qualquer preconceito q seja. Todos somos iguais.

Parabéns pela relação.

Abraço.

Anônimo disse...

O João do Pulo é de Pindamonhangaba. Tem uma homenagem pra ele lá na cidade.
Não deixe de visitar Pinda um dia. là tem o mlehor pastel do Vale do Paraíba, o Pastel do Funo.