terça-feira, 3 de abril de 2007

Fé e Acaso (Filhos da Esperança)

Uma chama ainda acessa no fim do túnel ilumina
uma possibilidade de saída para águas mais brandas e límpidas.



Filhos da Esperança (Children of Men) ambienta-se em um mundo perdido de 2027, onde paira uma esperança legitimamente humana porém, aparentemente clandestina, em tempos de guerra e degradação social.

As tecnologias não são mais "high" o suficiente. A poeira do deserto, por fim, inavdiu a cidade. O caos evoluiu em detrimento da humanidade. Militarização unilateral, terrorismo, ativismo exarcebado, racionamento d' água, migração ilegal, violência gratuita, fome, frio, poluição, "bombas explodem toda vez que o governo acha ser necessário". Nós, que já fomos uma Pangéia, somos, em 2007, ops!, 2027, desolação, isolamento, distanciamento. Letargia aos pais da esperança. Refúgio aos nostálgicos.

O acaso vence a fé: não há mais crianças em casa ou nas ruas. A população mundial tornou-se infértil. Ou seja, não há prole, nem hereditariedade. Não há mais, a quem passar sabedoria e por que ou por quem zelar. A maior emoção da população reflete-se na comoção midiática sobre o último ser humano nascido do Planeta, em 18 anos. O showman morre. Atacado por um Fã. Que ironia condizente.

A fé move o acaso: Mas, o acaso retrocede e uma nova vida milagrosamente é gerada. Daí, resurge a fé no papel do herói e na pele da heroína da saga. Eles escrevem a trajetória e atravessam qualquer caminho necessário para alcançar o que conhecem apenas como Projeto Humano.

Coooooorta!

Assim, como em outras ficções - tão atuais - "Filhos da Esperança", retrata algumas conseqüências das quais estamos suscetíveis a enfrentar em um futuro que cada vez mais o passado tende a tornar presente. Causadas pelas inquietantes formas de manipulação que praticamos hoje, sem pensar no que se pode determinar para o acaso do amanhã.
O caos da infertilidade humana vai além da não-geração pelo seu próprio umbigo. Ela reflete o descaso com o respeito as leis da natureza, as fronteiras culturais e raciais, a liberdade de pensamento, ao livre-arbítrio da vida, de ser parte e ser feliz.


Quem ver o filme, me entenderá e viverá!


As águas iluminadas pela chama da pequena vela ainda irrigarão nossa plantação. E o futuro semeará ao acaso o que colheremos por meio da fé .


*: compromisso de fidelidade à palavra dada; lealdade; confiança absoluta em algo ou em alguém. ato de fé: gesto ou atitude que exprime a profunda convicção de uma pessoa em relação a uma causa ou a uma ideia.

*acaso: conjunto de fatos sem causa aparente que determinam um acontecimento; acontecimento cujas causas se ignoram; casualidade; ocasião imprevista; sorte; azar;destino.

2 comentários:

Gisele Brito disse...

Ai meu deus o mundo vai acabar!!!
Eu tenho fé numa porrada de coisas e acho que só a fé remove montanhas.
Bom texto.

RDS disse...

Grande Mi, e eu que pensei que vc nao escreveria, mandou bem hehehe. Não sabia que este filme já tinha sido lançado, venho querendo vê-lo já a um tempo...
Beijos