domingo, 25 de março de 2007

Maldição



Quem não é muito novo deve se lembrar. Por favor não pensem que estou chamando os outros de velhos, apenas não são tão novos assim, mas se viram, por favor digam-me que não é locura.

Algo que vi nesses dias me fez acessar aquele nosso arquivo mental, provavelmente que fica na nossa nuca, meio empoeirado, onde jogamos aquelas coisas que nos incomodam ou que não entendemos e decidimos não mexer mais. Foi desse arquivo que saíram alguns filmes.


Alguém já teve a sensação de se sentar na frente de uma tela, seja de cinema ou da tv de casa, assistir a algo durante cerca de duas horas e sair com a impressão de que você é a pessoa mais burra do planeta? Sim? Obrigado!


Temos o costume de nos esmorecer frente a algumas obras artísticas só porque ganharam prêmios, o costume de achar que nós é que não entendemos quando, na verdade, se muita gente não entendeu é porque a linguagem não era clara, não defendo, porém, a obviedade, mas pelo menos que forneçam elementos suficientes para se entender a história, o que a obra passa e coisas assim.


Em 1988 lançaram um dos filmes mais estranhos, cheios de efeitos e coisa e tal, mas nada chegou a explicar exatamente que diabos era aquilo, estou falando de MOONWALKER, com o devorador de crian... (desculpe, frase censurada por ser um blog jornalístico onde não se fala de informação não confirmada). Estreado por um artista pop muito famoso que quer representar todo tipo de etnia ao mesmo tempo.


O filme tem uma coreografia legal, os atores são péssimos, as danças entretêm por alguns minutos, mas só isso e robôs prateados não seguram um roteiro. Não é só porque classifica-se um filme de "musical" que ele perde totalmente o vínculo com a realidade e cronologia. Akira Kurosawa, em seu filme Sonhos, têm vínculos bastante peculiares com o real, mas mantém uma narrativa em oito tipos diferentes de filmagem, por assim dizer, takes bons, mas alguns...


Moonwalker é apenas um deles, outro que me deixou confuso foi Mistérios e Paixões, de 1991, de um diretor até que bom - David Cronenberg. Esse provém de um romance já um tanto surreal, mas nem por isso precisava acabar com duas horas da minha vida. O que impressiona é que, em moonwalker, por exemplo, foram tres diretores, que não conseguiram fazer o trabalho de um (Jerry Kramer, Jim Blashfield e Colin Chilvers). Os outros podem ser perdoados, estavam sozinhos na direção, como Olaf Ittenbach que filmou Legião dos Mortos (em 2000).


O ano passado fiquei bravo com uma amiga que me levou pra gastar dinheiro no Árido Movie, de Lírio Ferreira. Um filme com história principal secundária e histórias secundárias que nem histórias eram, uma tristeza. O reteiro de Árido Movie teve seis tratamentos diferentes até a finalização, só posso concluir que, ou trataram demais, ou faltaram mais umas quinze, mesmo com suas indicações a prêmios e etc... não me convenceu.


Numa outra área, mas também na de filmes ruins vem o tal de Deu a Louca em Hollywood, de Jason Friedberg e Aaron Seltzer. Dois dos que participaram do Todo mundo em Pânico fizeram sua obra em 2007: um filme sem graça, com piadas que até poderiam ser boas se mudassem as câmeras, atuações e, principalmente, o tempo. Não critico a história em si, pois filmes de comédia desse tipo que querem tirar sarro de todos ao mesmo tempo têm a triste tarefa de juntar piadas esparsas sob um roteiro frágil, nesse caso nem as piadas valeram a pena.


Estou com medo de colocar os pés no cinema ou locar um DVD. Pra quem quiser tentar, boa sorte...

5 comentários:

Bianca Hayashi disse...

Ah, filmes... geralmente a gente sabe se um filme é bom pelo trailer. Nem sempre isso funciona, e por isso, existe o DVD :P

Eu também já fiquei pasma em frente à "obras de arte", pensando se eu é que era muito estúpida ou se todo mundo fingia que entendia o que o artista quis dizer. E eu fico com a segunda opção.

Senti muito isso na Bienal de Artes. Ainda acho que o tema dizia o total oposto do que estava exposto... e acho uma falha você só conseguir entender uma obra porque o guia te explicou direitinho. Tirando o óbvio "me falta bagagem intelectual", muito do que é exposto das galerias não faz sentido nem para quem tem a tal "bagagem", o que me leva aos pixa-sacos.

E, se alguém assistir "Deu a louca em Hollywood" e gostar, eu considero essa pessoa maluca.

Beijos!

Marina Gurgel disse...

Renan,
a minha dica entnao, é par não assitir Borat, pois senti uma indignação dessas. O mesmo para não assista o Céu de Suely. Quanto às obras de arte, odeio aqueleas exposicões arco-iris, super profundas, que um quadro é roxo o outro é branco e assim por diante com todas as matizes. Uma tela em branco, 15 telas em branco. Isso não é arte. A origem da arte um dia foi mostrar o belo ou pelo menos mostrar alguma coisa pelo menos. Mas não são todos os artistas que concordam com isso.
www.pseudo-cult.blogspot.com

Vivian disse...

tá, eu devolvo o dinheiro que você gastou no HSBC. podia ser mais direto... desculpa por ter nascido e vindo estudar no mackenzie.

Gisele Brito disse...

Rs..sabia que esse post era seu só pelo título. Bom Renan.

Anônimo disse...

Sobre "Árido Movie": ô filminho ruim....