terça-feira, 20 de março de 2007

Falar o quê?


Aqui estamos com mais um dos tantos blogs. Entre e sinta-se em casa, ou numa reunião bem simples, bem cômoda, mas onde pode-se discutir e gritar e pensar e logar e escrever afinal.Veio-me a cabeça iniciar com um belo filme, mas não creio ter visto o certo para a ocasião, poderíamos iniciar por tantos outros, mas sem uma identidade todos estamos perdidos, até mesmo nosso jornal, o Diretriz.

Num curso de comunicação temos, deveras, diversas horas de alienação, e o que é pior, desinformação, saturação e, mais horrível, manipulação. Aquilo que pensamos acontecer apenas em grandes veículos e que tantos de nossos educadores lutam para nos ensinar em sala de aula, é suprimido assim que cruzamos as portas, mas não da Universidade, o controle ao qual nos submetem ocorre ali mesmo. Seja reclamando de um discurso, seja impondo matérias em nosso periódico "livre".Um curso para formar jornalistas reprime jornalistas aprendizes e estes já não querem aprender mais nada e nem ler mais jornal.

A política é o caos que conhecemos, que xingamos, o caos pelo qual não nos movemos, mas o Jornal Nacional vem salvar nossa noite, Deus salve seu filho: Bonner. E mantemos nossa caricatura patética e estática.Falam o que não importa para que deixemos tudo de importante de lado. O lado que tomamos já não importa, pois todos os lados são centros ladeados sem importância. As pessoas dizem e não colocam aspas, os travessões já se tornaram fracos, em meio à Luz, parece faltar luz...

E parece que encontrei o filme certo para representar este post inicial, esta primeira réstia de texto que se acende como um lampião fraco, mas que trará outros em seu encalço. O filme é Babel, e creio que pouco precisa ser dito, pois o nome e a obra remetem a uma bem maior e cheia de conceitos, até sagrada, mas que mesmo seguida pelo Instituto não o impede de inibir liberdades e flanquear os diálogos.

E depois dizem que quando não se entendem é porque alguém está falando grego. Injusto.

5 comentários:

Bianca Hayashi disse...

Adoro a ironia fina do seu texto!
Sobre o Diretriz, não comento mais nada... =P

A única observação: o filme Babel. Não gostei do que vi, achei bem superficial e com cara de drama norte-americano mesmo, daqueles que dizem descaradamente "metam-se conosco e veja o que acontece com vocês, imundos!". As únicas que se salvam é a babá mexicana e a japonesa surda-muda...

Beijinhos. ^^

Silvia Song disse...

É nessa hora que eu acho que eu deveria ter visto Babel. Vai para a listinha do que fazer.

"As pessoas dizem e não colocam aspas, os travessões já se tornaram fracos, em meio à Luz, parece faltar luz..." mto mto mto bom!

Besos!

Michele Roza disse...

Babel!
Realemente é como me sinto durante as discussões que temos na faculdade: em plena Torre de Babel. Mas o que seria de nós, investigadores da vida, se não fosse essa diversidade de linguagens e diálogos...e intromissões, para serem desbravados?!
Pena que isso tenha se tornado impecilho para uma boa compreensão, porque, na verdade, não escutamos mais os outros, apenas criticamos o que não gostamos e achamos incoerente, não pensando que nós mesmos podemos estar sendo tal coisas.

Parabéns pelo texto Rê.

Vivian disse...

babel, o único filme que assisti neste ano. e o resto? po'deixar que o Instituto cuida.

Taj Mahal disse...

Salve seu filho: Bonner. Muito bom!

Tomara que nós - ou algum de nós - consiga fazer com que o jornalismo não seja ditado por Bonners da vida, nem seja a manipulacão travestida de informacão e conhecimento.

Parabens Renan. Qualquer filme ou livro ou disco nao eram necesarios para ilustrar o seu texto; ele voa e entrega a mensagem por si só.

Franca