Eis que, de repente, ele pára. O adversário, também. A torcida se cala. E, por alguns segundos, nem parece uma tarde de futebol no Maracanã. O marcador, aflito, sabe que ele vai correr para a direita – afinal, era sempre assim. E ele corre mesmo. Só que o rival fica para trás. Mais um. E outro. Até que ele cruza, a torcida se levanta e comemora. É gol do Botafogo!Muitos de nós sequer o vimos jogar. Talvez nossos pais, sim. Nossos avós, com certeza. Fato é que o protagonista do lance que abriu este texto se tornou um dos maiores mitos dos gramados brasileiros. O maior da história do Botafogo de Futebol e Regatas. Deu duas Copas do Mundo ao país, as de 1958 e 1962, além de outros tantos à torcida rubro-negra.
Foi batizado como Manuel Francisco dos Santos. Mas, para a família, era ‘Mané’. Para a torcida, o ‘Anjo das Pernas Tortas’. Para todos, Garrincha. Apaixonado pela bola, pelos dribles, pelo show. Em nome de todos que o viram e que não o viram, mas que o respeitam até hoje, 24 anos depois da sua morte, Vinícius de Morais antecipa a jogada...
Vem-lhe o pressentimento; ele se lança
Mais rápido que o próprio pensamento
Dribla mais um, mais dois; a bola trança
Feliz, entre seus pés – um pé-de-vento!
... e Carlos Drummond de Andrade completa, de primeira:
Se há um deus que regula o futebol, esse deus é, sobretudo, irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios.
Garrincha só perdeu um jogo na vida – para o álcool, aos 50 anos de idade. Mas, como suas pernas tortas, esse foi mero um detalhe. Não virou herói porque tinha essa fraqueza. No entanto, viveu como todos nós. Intensamente. Virou livro em 1963 (Garrincha, alegria do povo), foi homenageado no Carnaval de 1980 e, em 2003, foi para o cinema como Garrincha - Estrela Solitária.







O futebol, esporte mais popular em nosso país, fez surgir um personagem que ultrapassou os limites do esporte, um gênio, um mito, que encantou o mundo com suas belas jogadas, revolucionando o esporte em um contexto mundial, se tornando indiscutivelmente o melhor jogador do século. Estou falando de Edson Arantes do Nascimento: o Pelé.
